Já estamos acostumados a assistir as peripécias de saguis, mais conhecidos como micos, pulando de poste em poste pelas ruas de vários bairros do Rio de Janeiro. Apesar de serem simpáticos, a presença deles nas áreas urbanas revela um desequilíbrio ecológico causado pela urbanização descontrolada de encostas e regiões de mata próximas à cidade.
A perda dos habitats naturais também começa a atingir espécies de primatas de maior porte, como os macacos-prego. Na última terça-feira (6), um deles “invadiu” algumas casas no bairro de Anchieta, na Zona Norte da capital fluminense. O animal estava à procura de alimentos.
Em vídeo que está circulando na internet, vemos o pequeno silvestre brincando na cabeça de uma moça, no quintal de uma das casas visitadas. O material foi divulgado na página do site de notícias R7.
A família que recebeu a “visita” ficou impressionada com a destreza do animal que abriu a porta da residência, alcançou a geladeira e pegou um ovo. O macaco foi resgatado pela Patrulha Ambiental e encaminhado para o Centro de Triagem de Seropédica.
Humanização prejudica e debilita
Apesar de gostarmos da companhia desses animais, de alimentá-los e brincar com eles, na verdade, estamos colaborando para que percam a capacidade de se desenvolver e sobreviver na natureza. A humanização dos animais silvestres, ao contrário do que costumamos achar, prejudica sua saúde física e emocional, porque retira o direito de se socializar com outros de sua espécie e impede sua reprodução. Além de causar desequilíbrio aos ecossistemas das nossas florestas.
Acolhimento aos que sofrem maus-tratos
Não foi o caso da família “visitada” pelo macaquinho que, corretamente, o encaminhou para os órgãos ambientais. Mas, muitos animais não têm a mesma sorte e acabam sendo confinados em casas e apartamentos, sem espaço e condições adequadas para sua sobrevivência.
Sem contar aqueles que são retirados a força por traficantes que os vendem no mercado ilegal, sofrendo maus-tratos terríveis, sendo vendidos para entretenimento, rinhas, biopirataria e adereços.
Santuário abriga animais que não podem ser devolvidos à natureza

Um dos objetivos do Santuário de Animais Silvestres é acolher os que, por conta da humanização extrema, não conseguem retonar à natureza. A missão da entidade é acolhê-los, garantindo alimentação, cuidados veterinários e qualidade de vida o mais próximo do que teriam na natureza.
O Santuário está situado em um sítio na Serra da Bocaina, região de Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro, e recebe somente animais encaminhados pelos órgãos ambientais. Não são permitidas reprodução e visitação pública, justamente para garantir que vivam em tranquilidade sem a interferência humana.
Manuella Soares
Comunicação Animal Care
Para conhecer o trabalho realizado pela entidade e acompanhar a vida dos abrigados, entre no site www.associacaoanimalcare.com.br e siga nosso perfil no Instagram @animalcare.