A repercussão do caso envolvendo o estudante de veterinária Pedro Lehmkul, mordido por uma Naja Kaouthia que mantinha em cativeiro em sua casa, pôs em tela o que o Santuário de Animais Silvestres Animal Care vem denunciando há muito tempo: o tráfico de animais, que retira da natureza, todos os anos, no Brasil, 38 milhões de indivíduos da fauna silvestre.  Apenas um em cada dez traficados sobrevive a esse atentado à vida e ao meio ambiente.

O Animal Care é uma instituição que abriga os sobreviventes do tráfico, do comércio ilegal e de outros maus-tratos que são considerados pelos especialistas sem condições de retornar à natureza. Aqui, eles são acolhidos e cuidados até o fim de suas vidas. Nossa equipe tem como missão garantir o máximo de qualidade para eles e para isso não medimos esforços.

Aurora, semanas depois de chegar ao santuário.

Assim como os animais domésticos, os silvestres são seres sencientes e sabem quando são amados e quando são maltratados. Muitos dos que são encaminhados para cá, como a ararajuba Aurora – que teve grande parte de sua penugem arrancada -, chegam extremamente debilitados. Eles também sofrem danos emocionais graves e precisam de atenção especial. Alguns foram tão humanizados que dependem de cuidados especiais para que vivam felizes e integrados junto a seus pares.

Exótico e silvestre
A Naja é um animal exótico, o que significa que não é de origem brasileira. Na mesma investigação sobre a origem da aparição da serpente em um shopping após o ataque ao estudante, foram apreendidas pela polícia do DF outras 16 cobras, em um haras, numa área rural do DF. O dono do local não soube confirmar como elas foram parar ali.

O debate sobre esse crime ambiental foi parar novamente no Congresso Nacional e, na, última terça-feira (13/07), o deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF) apresentou um projeto de lei que prevê o aumento em até 10 vezes da multa para quem cometer crime de tráfico de animais silvestres e exóticos.

Aurora (à esquerda) convivendo com outras aves.

Em 2019, foi aprovado no Senado o PL “Animal não é coisa”, de autoria do deputado Ricardo Izar (PSD-SP), que confere natureza jurídica especial para esses seres, que deixariam de ser tratados como “propriedade”. O projeto caracteriza os humanos não mais como “donos”, mas como tutores que passam a ser responsáveis integralmente pela saúde física e emocional dos bichanos.

Acolhimento para os resgatados
Desde sua criação, em 2014, o Animal Care cuida para que os animais silvestres que sofreram maus-tratos tenham um lugar confortável para viver. Com amor e dedicação, eles recebem alimentação sempre fresca e saudável, remédios e cuidados veterinários quando necessário. Os recintos seguem as normas dos órgãos ambientais e são adequados para cada espécie. Assim, se sentem em segurança e com liberdade para satisfazer suas necessidades da forma mais próxima do que teriam se estivessem em seus habitats naturais.

Queremos fazer mais!
Uma das batalhas agora é conseguir recursos para manter os que já vivem no santuário e receber outros.

Quase todos os dias temos notícias de resgates de tucanos, araras, papagaios, corujas, macacos e outras espécies. Precisamos de mais espaço e condições não só para os que vivem aqui, mas também para os esperam por um lar nos centros de triagem.

Para isso, contamos com a sua ajuda. Sua doação é muito importante para para eles!

Veja aqui como ajudar.

Siga e divulgue a gente nas redes sociais (Instagram e Facebook) para que mais pessoas conheçam esse trabalho!

Os animais agradecem!!!