O tráfico de animais silvestres é uma das atividades ilegais mais lucrativas e devastadoras do mundo, afetando não apenas as espécies envolvidas, mas também os ecossistemas e as comunidades locais. A matéria exibida no último domingo (17/03) pelo programa Fantástico, da Rede Globo, trouxe à tona a complexidade e a gravidade da questão, destacando uma complexa rede que opera no país, através de grupos de aplicativos de conversa, como WhatsApp. Apenas um dos entrevistados revelou participar de mais de 50 grupos que comercializam silvestres, entre, macacos, aves e cobras. Segundo a emissora, os grupos chegam a contar com mais de 20 mil participantes.
A matéria destacou também as operações realizadas por órgãos ambientais e de segurança pública, que visam desarticular essas quadrilhas. A reportagem mostrou imagens de resgates e apreensões, além de entrevistas com agentes envolvidos nessas operações.
Foram apresentados casos e depoimentos de pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas com o tráfico de animais, seja como parte da cadeia criminosa, seja como vítimas indiretas desse crime. Casos específicos de animais resgatados também foram destacados, mostrando as condições muitas vezes deploráveis a que são submetidos.
A reportagem enfatizou o impacto negativo do tráfico de silvestres na biodiversidade, destacando a perda de espécies e a desestabilização de ecossistemas. Também foram mencionadas as consequências sociais, como a exploração nas comunidades locais.
Mais visadas
Algumas espécies são particularmente visadas pelo tráfico devido à sua beleza, raridade ou valor comercial. No Brasil, aves como araras e papagaios, além de répteis e alguns mamíferos, como o macaco-prego, estão entre os mais traficados.
A prática criminosa contribui significativamente para a extinção de espécies, altera cadeias alimentares e afeta a saúde dos ecossistemas. A reintrodução de animais resgatados é um processo complexo e nem sempre bem-sucedido, o que reforça a gravidade desse crime.
Legislação
O Brasil possui legislação para o tráfico de animais silvestres (Lei 9.605), que penaliza os responsáveis com multa e detenção de seis meses a um ano. A lei é considerada ainda insuficiente para coibir o crime ambiental.
Como ajudar
Qualquer um pode contribuir para o combate ao tráfico de silvestres por meio de ações simples, como denunciar atividades suspeitas às autoridades, não comprar animais silvestres sem procedência legal e participar de campanhas de conscientização.
O Santuário Silvestre Animal Care é uma instituição que abriga indivíduos resgatados que são considerados pelas autoridades ambientais como incapazes de retornar à vida livre. Nossa equipe se dedica diariamente ao cuidado de centenas de animais que foram, em sua grande maioria, vítimas do tráfico silvestre.
Para manter o local, a instituição precisa conta com a ajuda de doadores individuais e instituições. Para a presidente do Animal Care, Simone Duque, “é preciso que a sociedade se mobilize contra a exploração de animais silvestres. É importante também aumentar a punição para os crimes ambientais envolvendo as espécies e garantir espaços de cuidado e abrigo e recuperação para as vítimas”.
Fonte: “Áudios e vídeos exclusivos mostram como agiam quadrilhas especializadas em tráfico de animais silvestres no Brasil”, trecho programa Fantástico (17/03), disponível no globoplay.com. Link disponível em https://globoplay.globo.com/v/12444113/