Santuário de Angra dos Reis tem espaço e equipe para receber mais saguis e bugios, mas precisa de ajuda para manutenção dos animais.
Essa semana o Santuário Silvestre Animal Care recebeu 20 saguis transferidos do Projeto Mucky, mantenedora paulista do município de Itu. A chegada dos macaquinhos aconteceu no último sábado (16/07). O santuário acolhe mamíferos e aves vítimas de maus-tratos que não podem retornar à natureza. Já a Ong paulista é especializada na recuperação de primatas.
O Projeto Mucky escolheu o santuário fluminense como rede de apoio para acolher e cuidar do grupo de saguis, a maioria resgatados do tráfico de animais. O santuário está situado em Angra dos Reis, na região da Mata Atlântica fluminense, onde os pequenos continuarão seguros e protegidos.
Entidade pede doações para receber outros animais
Assim como acontecia na mantenedora paulista, no Santuário Silvestre os saguis se encontram abrigados em recintos adequados e assistidos por veterinários e tratadores capacitados. O santuário fluminense tem espaço para receber outros saguis e os bugios que hoje vivem em São Paulo, mas para isso, precisa contar com novos doadores.
A responsável pelo Santuário Silvestre, Simone Duque, pede ajuda. “Nesse momento, temos espaço para receber outros saguis e os bugios do Mucky, mas precisamos contar com a ajuda de doadores principalmente para a compra de alimentos, medicamentos e manutenção dos recintos”.
Invasores no Sudeste
Na região Sudeste, os saguis são considerados uma espécie invasora. Vítimas do comércio ilegal, são frequentemente trazidos das regiões Nordeste e do Centro-oeste para serem vendidos em feiras, especialmente nas capitais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Ao viver longe do seu habitat natural, esses macaquinhos acabam migrando para os centros urbanos. O ambiente estressante das cidades, os deixam agressivos e podem se tornar vetores de doenças. Sendo animais exóticos à região, não podem permanecer na natureza porque são predadores de outras espécies.
Os saguis se reproduzem rapidamente e uma invasão ameaça o meio ambiente. Livres, os pequenos macacos depredam ninhos e matam passarinhos, disseminam doenças novas, desequilibram as espécies nativas e atrapalham a dispersão de sementes, exterminando insetos polinizadores, como as abelhas.
Sagui não é Pet
Os indivíduos dessa espécie são muito inteligentes e encantam adultos e crianças. Muitos acreditam que podem criá-los como animal de estimação. Mas isolar e domesticar um macaquinho o deixa irritado e perigoso, especialmente para os menores.
Os saguis são silvestres e precisam de um ambiente adaptado onde possam viver em grupo e tenham recursos para desenvolverem suas habilidades e comportamento naturais. Eles vivem em bando e precisam da convivência com outros da espécie para sua saúde física e emocional.
Prejuízo da humanização
Quando um macaquinho desses pega uma vassoura para varrer o chão é porque aprendeu essa atitude por imitação, com os humanos. Mas ainda que seja “engraçadinho” para nós, esse comportamento não aconteceria na natureza e é um sinal de que estariam vulneráveis se fossem reinseridos em um ambiente desfavorável.
Por mais amistoso que seja, quando o macaco macho atinge a maturidade sexual, fica muito agressivo. Isso acontece por causa de sua necessidade de manter a hierarquia no bando.
Manuella Soares
Conexo Mídia Conteúdo e Assessoria